Perspectivas e desafios da reutilização adaptativa no contexto imobiliário brasileiro

A pandemia da COVID-19 e as crises existentes destacaram a necessidade de repensar as práticas do setor imobiliário e buscar uma visão de edifícios e cidades habitáveis, sustentáveis, acessíveis e resilientes. Nesse sentido, é necessário mitigar os efeitos de crises climáticas, financeiras e de saúde, proteger a identidade cultural das comunidades e garantir acesso justo e de qualidade à moradia e negócios. A reutilização adaptativa surge como uma solução para atingir metas de zero emissão de carbono líquido, permitindo a regeneração urbana sustentável. Ela consiste em uma grande mudança em um edifício, envolvendo alterações em sua estrutura e função, com o objetivo de transformá-lo para outros usos totalmente diferentes do original. Isso ajuda a prolongar a vida útil de edifícios existentes, evitando demolição e reduzindo o desperdício de energia e recursos utilizados em sua construção original. No Brasil, o termo reutilização adaptativa é pouco conhecido entre profissionais e empresas do setor imobiliário, embora a conversão de edifícios para diferentes funções seja comum em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A pesquisa teve como objetivo identificar os principais desafios enfrentados por profissionais e empresas na implementação de projetos de reutilização adaptativa no Brasil. Um questionário survey foi aplicado a 30 participantes, incluindo arquitetos, engenheiros civis, diretores executivos, coordenadores e gerentes de projetos, diretores de obras, gerentes de desenvolvimento e engenheiros de manutenção. Os resultados indicaram que as principais barreiras são as restrições legais e burocráticas, seguidas por dificuldades financeiras. Para superar esses desafios, é fundamental desenvolver políticas e práticas mais eficazes, aumentar a conscientização sobre os benefícios da reutilização adaptativa e promover a colaboração entre as partes interessadas. Essas medidas permitirão uma transição mais eficiente e sustentável para o futuro do setor imobiliário no Brasil.