Análise de personalizações em edifício residencial sob a ótica do estágio do ciclo de vida familiar

Conforme a composição de uma família se altera frente aos eventos da vida, o aumento ou diminuição da quantidade de seus membros dita as necessidades e preferências habitacionais desta estrutura familiar – este é o conceito defendido pelo aspecto dos estágios do ciclo de vida familiar e sua influência sobre as demandas do consumidor no mercado residencial. Neste ponto destaca-se a importância de que o ambiente construído se mostre resiliente, atendendo não só à utilidade atual, mas apresentando também uma certa capacidade de se adaptar aos desejos e necessidades que surgem frente a um novo momento de vida do morador. Ao oferecer a possibilidade de personalizações dos apartamentos, as construtoras não só lançam mão de uma excelente estratégia comercial, como também, ao preparar o empreendimento para receber alterações diversas no momento da construção, garantem uma maior resiliência do imóvel para alterações futuras necessárias conforme os próximos estágios do ciclo de vida de seus moradores. Com objetivo de mapear a estrutura interna do imóvel desejada por grupos em estágios familiares semelhantes, este artigo, por meio da condução de um estudo de caso em um edifício residencial, avalia as tipologias dos apartamentos padrão e as ocorrências de criação, ampliação e substituição de ambientes partindo das características relacionadas à faixa etária e o estado civil dos clientes. Em seguida, faz-se uma avaliação do perfil de famílias brasileiras conforme o último censo do IBGE. A análise do perfil dos clientes, as configurações internas optadas por eles e o paralelo com os dados das famílias brasileiras promovem um melhor conhecimento acerca das preferências do consumidor brasileiro, embasa as decisões estratégicas de agentes do mercado nos futuros empreendimentos e fomenta a concepção de imóveis cada vez mais adaptáveis e resilientes.