Matrioskas na floresta – uma agenda de pesquisa sobre Meta-Organizações na Amazônia

Desafios de elevada complexidade, como a sustentabilidade da maior floresta tropical do planeta, a Amazônia, têm demandado arranjos organizacionais inovadores, capazes de articular esforços coletivos em prol de problemas comuns. Ao reunir várias organizações em sua composição, meta-organizações têm conseguido disseminar e fortalecer práticas sustentáveis em diferentes contextos e setores, destacando-se como plataformas de governança alinhadas com grandes desafios da contemporaneidade. Apesar da importância dessas formas organizacionais para a literatura e para a sociedade, há uma lacuna expressiva de conhecimento sobre a atuação delas na região amazônica. Com o objetivo de propor uma agenda de pesquisa que aborde tal demanda, este artigo: i) apresenta uma revisão sistemática dos estudos sobre metaorganizações relacionados à sustentabilidade, desde o surgimento do conceito, em 2005, até o ano de 2020; ii) identifica um conjunto de problemas característicos da Amazônia brasileira; e, por fim, iii) descreve diferentes propostas de investigação que relacionam meta-organizações a desafios do contexto amazônico. Assim, este trabalho não somente pavimenta um caminho oportuno para o desenvolvimento teórico do tema, como ampara os esforços de diferentes atores engajados com o exame crítico, a formação e a gestão de meta-organizações, em especial, naquelas que têm atuado, direta ou indiretamente, nessa região tão importante quanto ameaçada do globo.