Persistência dos dividendos, poder dos acionistas e governança corporativa como influenciadores da política de dividendos em empresas do setor de tecnologia da informação

Por Tecnologia da Informação (TI) entende-se como a área que se dedica ao estudo do conjunto composto por soluções obtidas e atividades executadas através de recursos computacionais cujo objetivo é obter, armazenar, acessar, gerenciar e utilizar as informações resultantes. Trata-se de um setor que ganha destaque por conta de suas particularidades, como o alto retorno anual frente ao capital investido e volume de ativos, além de haver destaque para seu elevado volume de intangíveis (principalmente propriedade intelectual). Por isso da inquietação dos pesquisadores desse artigo ao se debruçarem sobre política de dividendos para esse setor. Política de dividendos seria o conjunto de decisões nas organizações que buscam um ponto de equilíbrio entre a quantidade de lucros a serem retidos nas diversas reservas e compensando prejuízos anteriores frente à quantidade de lucros a serem distribuídos aos acionistas da organização. Além desse aspecto remuneratório, os dividendos podem sinalizar informações, podem ser influenciados pelo poder dos acionistas ou pelas práticas de governança corporativa das empresas. Dessa forma, esse estudo tem por objetivo: identificar se fatores como persistência dos dividendos, poder dos acionistas e governança corporativa podem influenciar a distribuição de dividendos das empresas atuantes no setor de TI no período de 2010 a 2017. Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva, quantitativa e documental, utilizando de dados secundários extraídos dos FR e DFP de sete empresas brasileiras de TI listadas na B3 no período de 2010 a 2017, totalizando 56 observações ao longo desses oito anos. Por meio da estimação de um modelo de regressão com dados em painéis por efeito fixo, tendo como variável dependente o Payout (distribuição de dividendos) das empresas da amostra, o estudo pode identificar que alguns fatores apresentaram algum tipo de influência sobre a distribuição de dividendos. Sejam esses fatores a existência de acordos de acionistas e a adesão a práticas mais rígidas de governança corporativa (com efeito inverso sobre a distribuição de dividendos) e a persistência apresentando duplo efeito (negativo, quando analisada a influência da distribuição passada e, positivo, quando verificada a contribuição da variação do valor dos dividendos distribuídos nos anos anteriores). Adicionalmente, observou-se que a variação da receita também se mostrou influenciadora (efeito positivo) da distribuição de dividendos no presente.